A história é rocambolesca, mas virou assunto da vez nas cidades da divisa da Bahia com Minas Gerais e reacendeu o sonho dos vizinhos de terem, enfim, um litoral para chamar de seu.
Segundo reportagens publicadas esta semana pelo jornal O Estado de Minas, uma faixa do Extremo Sul baiano, com 12 quilômetros de largura por 142 de extensão, pertenceria na verdade ao patrimônio mineiro.
O trecho, por onde passava a extinta Ferrovia Bahia-Minas, mais conhecida na região como Baiminas, teria sido concedido pelo imperador dom Pedro II à companhia dona da estrada de ferro.
Esta, ligava Araçuai, no Vale do Jequitinhonha, à praia de Ponta de Areia, em Caravelas, cidade turística da Costa das Baleias. Em 1910, o governo de Minas supostamente comprou as terras, à época hipotecadas ao antigo Banco de Crédito Real do Brasil. Agora, diz o jornal, uma força-tarefa está à cata de documentos para tentar comprovar a existência do que já foi apelidado como “Mar de Minas”.
Túnel do tempo
Não é a primeira vez que relatos sobre o direito de Minas Gerais a um pedaço do litoral baiano ganha espaço na imprensa. Em 1973, o assunto foi parar nas páginas da revista O Cruzeiro, em reportagem assinada pelo então repórter Fernando Brant, mais conhecido pela parceria de sucesso com o cantor e compositor Milton Nascimento.
Acredite se quiser
O mineiro Fernando Brant morreu este ano, sem nunca ter visto o estado vizinho reivindicar a suposta posse sobre Ponta de Areia, título de uma de suas mais famosas canções. Do lado de cá da divisa, onde o Mar de Minas virou piada nas mesas de bar, o governo Rui Costa (PT) garante não ter qualquer informação crível sobre a história.
Correio da Bahia